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Banzé na Petiscaria - Lisboa

O telefone toca e ouço:

“epa já foste ao Banzé? O chef de lá esteve a trabalhar com o Avillez”

Pensamento momentâneo:

“Ok. Teve boa escola, agora decidiu abrir algo por conta própria, possivelmente há coisas boas e a preço mais acessível.”


Agradeci ao meu amigo pela informação, mandei abraço, desliguei

e “sem deixar tocar a bola no chão”, liguei para o Banzé.


Reservei e sorri no final da chamada - é um hábito meu, quando faço chamadas ao espelho.


Chegámos ao @banzenapetiscaria e facilmente fui conquistado pela decoração da casa.

Numa mistura entre o antigo e o moderno, há 3 tonalidades que predominam neste local:

- o verde natureza, no teto;

- o castanho cabedal, maioritariamente nos assentos em harmonia com a cor quente alaranjada da luz;

- e o vermelho de fome, na minha barriga.


No teto , parecia estar uma parreira com luzes, no lugar das uvas.

Sim!

Era um jogo de luzes, como o da árvore de natal, ao ponto de olhar para cima e ver várias “uvas cadentes”


De registar boas garrafeiras frigoríficas, mas já vamos ao pingolê.


Depois desta observação sobre a casa dos outros, foi momento de sentar à mesa e colocar em prática outra mania que tenho - pedir uma imperial (1,5€).


Como costuma dizer o meu pai - é para abrir o apetite.

Como costumo dizer eu - se mete tremoços, pede jola e faz match.


O couvert (3€) era composto, também, com pão, manteiga e azeitonas marinadas.


De seguida veio o Pica Pau do Mar que envolveu corvina braseada, mexilhão, alface, creme de marisco e lingueirão.

Neste prato o pensamento que pairou foi - “como é que é possível isto ser tão guloso, se nem há aqui uma febra com batata frita?”

e rematei com - “e ainda por cima é mais saudável”

Esta última deixa, em termos de preocupação, faria sentido se eu não tivesse pedido o prato da noite - estou a falar-vos de uma sandes de entremeada de leitão (9€) com uma pitada de mel.

Lembro-me como se fosse hoje.

Toquei na pequena, senti a textura leve do pão e estaladiça do leitão.

Aproximei, trinquei e tocou o alarme.

Foi tesão de boca!

Que maravilha.

Para quem gosta de leitão, peçam uma sandes destas no vosso aniversário.


Entusiasmei-me tanto a falar na rainha da noite, que me esqueci de referir que entre o pica-pau e a sandes vieram 3 croquetes de rabo de boi (4€).

E sobre estas 3 bolinhas, o melhor elogio que posso fazer, é uma crítica construtiva - em vez de 3, podiam ser 4, porque nós éramos 2.

Desta maneira, o terceiro, foi meia gaiola para cada um.


O vinho eleito para nos acompanhar nesta viagem foi o Marquês de Lara, Alvarinho, da região dos vinhos verdes (17€).

E vocês perguntam - “Atã porquê?”


Tendo em conta que o Banzé, tem um conceito de petiscos, não seria um jantar muito robusto e, como um dos pratos a pedir, seria o pica-pau do mar, descartei a hipótese de pedir Vinho Tinto.


A noite estava boa, precisava de algo fresco e a região dos vinhos verdes está sempre com o motor de rega da acidez ligado.


O Marquês de Lara, Alvarinho é um vinho rápido, fácil, não é preciso esperar por ele, o que assenta bem numa sucessão de petiscos, mesmo que envolva leitão.

Acreditem, o bicho não estranhou esta menina.


A carta de Vinhos não tem muita variedade, mas tem um pormenor interessante para nós, comuns consumidores de vinho - uma frase curta, objetiva e numa linguagem simples sobre cada vinho.


Este jantar foi uma sensação de estar a degustar coisas típicas, trabalhadas de uma forma muito inovadora.


No total, pagámos 52 euros, saímos bem preenchidos fisicamente e a nível de banda desenhada, saímos com o emoji da sandes de leitão numa nuvem.


Qualidade/Preço - 🍷🍷🍷🍷

Efeito Surpresa - 🍷🍷🍷🍷🍷

Carta de Vinhos - 🍷🍷🍷

Atendimento - 🍷🍷🍷🍷


O Banzé fica em Lisboa, na zona do Saldanha.

A Meia Gaiola fica aqui, mas já volta, que alguém tem de ir abrir outra.


Sê responsável. Bebe com moderação.

E afinfa-lhe na sandes de leitão.

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